A música brasileira é uma mulher negra. Ela é feita pelas mãos, bocas, ouvidos e pelo sentir de mulheres negras que se encontram no estado de Goiás. A música é inerente ao corpo negro e são esses corpos femininos que narram a Música Preta Brasileira. São mulheres sonoras, pretas e centrais celebrando a negritude, o ser mulher e a música brasileira, a partir da conexão em África. Diaspóricas são mulheres negras em resistência que utilizam a música para existirem. Diaspóricas são mulheres em cruzamentos afro musicais que se regularam mesmo não se conhecendo.
O projeto Diaspóricas nasceu em 2022 como uma série de curtas-documentários sobre a Música Preta Brasileira (MPB), feita por musicistas negras da cidade de Goiânia, estado de Goiás. No formato de série, Diaspóricas já tem duas temporadas produzidas e ambas têm cinco episódios de cada uma, que estão disponíveis abertos e gratuitamente no canal Diaspóricas no YouTube.
O projeto pontua o quanto a música pode promover transformações sociais no cotidiano e na vida das pessoas que entram em contato com essa força. Isso se reflete nas protagonistas, em suas diferentes trajetórias pessoais e no enfretamento ao racismo e ao sexismo na construção de suas carreiras. Cada temporada da série é protagonizada por quatro músicos negros do cenário artístico de Goiânia, sendo que o quinto episódio é um encontro coletivo, com uma performance musical inédita dos artistas.
O projeto se expandiu e tem se destrinchando em novos formatos, a começar pelos dois homônimos longas-metragens, respectivamente Diaspóricas e Diaspóricas 2 , frutos de cada temporada. No formato de filmes, o projeto transita por novos espaços, habitando, sobretudo, festivais nacionais e internacionais de cinema, cineclubes etc. Diaspóricas também se materializam em desdobramentos musicais. Os músicos participantes de cada temporada se unem para a realização de shows e para encontrar presencialmente o público que acompanha a série e/ou os filmes.